quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Uma perplexidade diante do Deus Invisível, Misterioso, Livre e Soberano

Aleksandr Mien conta que Pompeu depois de entrar em Jerusalém, (graças a Aristóbulo que se rende aos romanos e o partido de Hircano que lhe abre as portas da cidade), enfrenta durante 3 meses a resistência de judeus que não queriam aceitar a intrusão de estrangeiros e trancaram-se na cidadela do Templo, prontos para resistir até a morte. Quando conseguem destruir uma das torres e adentrar no Templo, ficaram pasmados vendo os sacerdotes não interromperem a sagrada função, ainda que em meio aos combates. Durante todo esse tempo em que as guardas opuseram uma resistência desesperada e ferrenha, os sacerdotes jamais abandonaram o altar, e todos tombaram ali mesmo, ao lado de seus defensores. Prevalecendo-se do direito de vencedor, Pompeu decidiu visitar todas as dependências do famoso Templo, inclusive o Debir, o Sancta Sanctorum (Santo dos Santos), ao qual só o sumo sacerdote tinha acesso e apenas uma vez por ano.
O comandante romano cometeu tal profanação movido por uma curiosidade irresistível: circulavam boatos bastante estranhos sobre a religião dos judeus. Alguns diziam que existia no Debir uma estátua de ouro representando a cabeça de um burro; outros, ao contrário, sustentavam que ali era mantido segregado um homem, condenado a ser sacrificado em holocausto...Por isso, os ocupantes não podiam resistir a curiosidade. O que se escondia realmente naquele lugar secreto? Que surpresas inauditas o misterioso Oriente reservava aos povos do Ocidente!...
Num silêncio carregado de ansiedade, o pesado véu foi descerrado e... o estupor de Pompeu e dos seus oficiais ultrapassou qualquer limite. Eles esperavam ver ali alguma coisa extraordinária, pelo menos uma imagem, lindíssima ou horrenda. Mas o Sanct Sanctorum era vazio. Habitado pelo invisível...
Tomados por um estranho assombro, mesclado a um terror supersticioso, os romanos abandonaram o lugar sagrado, temendo até roçar aquilo que seus olhos viam.

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