quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um contentamento sem reservas

Certo dia eu vi uma pessoa discutindo com o cobrador de um ônibus por causa da falta de troco. Eram apenas algumas moedinhas que com certeza não iriam fazer falta no orçamento daquele homem: “vocês sempre fazem isto”, ele dizia irritado!
Quantas vezes somos como esse homem. Fazemos questão de mixarias materiais e também espirituais. Cobramos do irmão que não nos deu atenção, cobramos dos filhos que estão distantes, cobramos da Igreja que não tem dado o alimento espiritual necessário.
Ficamos como o povo de Israel que perto de receber a benção reclamaram a falta das “moedinhas” de Faraó, do Egito e perderam o tesouro da terra prometida.
Anthony de Melo conta a história de um homem salvo do mar:
“ Durante a Segunda guerra, um homem ficou ao sabor das ondas em uma jangada durante 21 dias antes de ser salvo.
Quando lhe perguntaram se aprendera alguma coisa com essa experiência, ele respondeu:
- Sim, se eu tiver bastante comida para comer e bastante água para beber, serei extraordinariamente feliz pelo resto da vida.” (3)

Como poderíamos aprender com este homem! Ele descobriu da pior maneira, que bastaria pouca coisa para que ele estivesse feliz. Muitas vezes não estamos satisfeitos com o que temos , somos, ou queremos. Lutamos se possível sem prestar atenção se estamos agradando a Deus ou não, com a nossa insatisfação exagerada.
O engraçado é que às vezes vejo contendas e insatisfações de onde deveria sair amor. Vejo iras aonde devia ver perdão. Algumas vezes pessoas dentro das Igrejas se digladiam por posições, por cargos. Outras simplesmente fazem beicinhos e dizem:
“Estou entregando o meu cargo, estou saindo do departamento, da Igreja ”, numa atitude apenas de barganha.
Carlos Coutinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário